REVIEW | LOOPER - ASSASSINOS DO FUTURO

Ficção científica é um dos temas mais fascinante do cinema e fica ainda mais interessante quando nela é inclusa a viagem no tempo, nos sugerindo pensar sobre o que fazer hoje para assegurar um amanhã com privilégios caso tenhamos a chance de voltar do futuro para o presente – ou ao passado em relação ao presente – para avisarmos o que fazer ou não. Tratar de tais possibilidades e suas consequências numa trama é um trabalho árduo devido à complexidade em dar razão ao conjunto da obra.

E são os por menores que dão sentido a tudo e podem ser negligenciados sob caráter de conveniência, contudo quando percebidos tiram o brilhantismo do filme e soam como desculpas para dar algum senso de moralidade ou dramaticidade reforçando desnecessariamente um altruísmo evidente. Infelizmente, é o que acontece em Looper – Assassinos do Futuro.

UMA HISTÓRIA ORIGINAL EM TEMPOS DE REMAKE, CONTINUAÇÃO E ADAPTAÇÃO

Isso não significa que o longa-metragem escrito e dirigido por Rian Johnson (Vigaristas, 2008) seja ruim, muito pelo contrário, não tem como não ficar intrigado com o desenrolar da trama. Loopers são executores da máfia com a responsabilidade de assassinar e sumir com o corpo de vítimas remetidas do futuro. Faz muito sentido tratar as coisas dessa forma, já que no futuro não haverá um corpo e no presente a vítima sequer existe.

Sem prova, sem crime. Assim é ser um looper.

Joseph Gordon-Levitt interpreta o looper Joe, um jovem viciado que se vê no único contratempo no oficio de looper: quando seu alvo consegue fugir. A situação fica ainda pior quando Joe percebe que a vitima que ele perdeu é ele mesmo trinta anos mais velho, logo ele precisa caçá-lo e executá-lo. Mas, o Joe do futuro, vivido por Bruce Willis, têm suas próprias motivações para estar no presente e evita ao máximo confrontar sua contraparte mais jovem.

QUANDO ONTEM É DAQUI A TRINTA ANOS

O enredo é muito chamativo, mas cai em contradição ao termino do filme quando é perceptível que os eventos não se sustentam. Por exemplo, depois de trinta anos de carreira, a máfia aposenta um looper no futuro mandando-o ao presente para ser morto por sua versão mais nova, contudo havendo a ciência da possibilidade deste fugir da execução, por que não mandá-lo para outro looper dar cabo de sua vida?

Depois de alguns filmes medianos, Bruce Willis está de volta à "boa forma".

Ou então, se o velho Joe possui toda e qualquer lembrança do jovem Joe e aplicando isso ao contexto do filme, o desfecho da trama com certeza seria outra ou talvez o Joe do futuro não tivesse nem vindo ao presente.

GORDON-LEVITT É WILLIS MAIS JOVEM

Se Looper – Assassinos do Futuro tem um roteiro falho, o mesmo não pode ser dito da atuação de Joseph Gordon-Levitt que se mostra a vontade em assumir os trejeitos de Bruce Willis e com a maquiagem para torná-lo reflexo de uma versão mais nova de seu personagem cinquentão.

A atuação de Gordon-Levitt é um dos pontos altos do filme.
CONSIDERAÇÕES

Rian Johnson mostrou destreza e equilíbrio ao lidar com tantos elementos num longa de ficção científica, tais como alta tecnologia, ausência do poder público e baixa qualidade de vida evidenciando o cyberpunk que anda lado a lado com conceitos retro sobre máfia. Entretanto, nem a relatividade das viagens através do tempo salvou Looper – Assassinos do Futuro de um roteiro duvidoso – mesmo sendo um bom filme.

AVALIAÇÃO: Bom

FICHA TÉCNICA

TÍTULO ORIGINAL: Looper
GÊNERO: Ficção Científica
ORIGEM: EUA
ANO: 2012
DIREÇÃO:  Rian Johnson
ROTEIRO: Rian Johnson
ELENCO PRINCIPAL: Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis e Emily Blunt

Confira o trailer de Looper – Assassinos do Futuro:



Por Jeferson dos Santos

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