REVIEW | TERROR EM SILENT HILL

Adaptações de outras mídias para o cinema sempre geram polêmicas, pois há a expectativa de que os filmes façam jus às obras originais. Filmes baseados em livros e histórias em quadrinho se tornaram recorrentes e, entre altos e baixos, vêem dando muito certo. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito em relação a filmes baseados em jogos eletrônicos, que na maioria das vezes são levados às telonas de forma tosca, contudo Terror em Silent Hill tornou-se um divisor de águas, sendo até aqui a melhor adequação dos games para o cinema.


CONTEXTUALIZANDO

Silent Hill é o jogo de videogame desenvolvido pela Konami lançado para PlayStation em 1999. Pertinente ao gênero survival horror (terror e sobrevivência), o jogador assume o papel de um personagem que precisa enfrentar criaturas sobrenaturais, resolver enigmas macabros e lutar pela sua sobrevivência a fim de encontrar sua filha que está perdida na cidade fantasma que dá nome ao game.

BOA INTENÇÃO COM MÁ DIREÇÃO

Dirigido por Christophe Gans (O Pacto dos Lobos) e roteirizado por Roger Avary (A Lenda de Beowulf), Terror em Silent Hill foi bem aceito tanto pelos fãs de cinema quanto pela comunidade gamer que cultua o jogo. Contudo, mesmo sendo visualmente bem adaptado o filme não é perfeito, pois sofre com o roteiro mal estruturado que torna tudo muito previsível – até para quem não conhece franquia.

A problemática da narrativa é reforçada pela ausência de suspense, ou seja, mesmo tendo uma natureza tão rica esteticamente quanto conceitualmente a disposição como Silent Hill, Avary e Gans antecipam os momentos de tensão fazendo com que o espectador perceba o que pode acontecer eliminando assim elemento surpresa e deixando apenas a aflição e uma breve perturbação em função do contexto.

BASICAMENTE, A MESMA TRAMA DO GAME

A série da Konami tem um universo bem configurado com muitas expansões permitindo que a partir dele boas histórias sejam construídas, mas não é o caso aqui. No filme, Rose, interpretada por Radha Mitchell, é a personagem principal que está à procura de sua filha Sharon (Jodelle Ferland) em Silent Hill, uma cidade parcialmente abandonada, cercada por montanhas, contaminada por segredos e a mercê de uma incessante névoa.

A busca por Sharon implica em Rose desvendar os segredos de uma seita e suas práticas de sacrifício que estão ligadas diretamente ao que aconteceu com a cidade. Enquanto isso, no segundo e menos desenvolvido núcleo da trama, Christopher (Sean Bean) se dirige a cidade fantasma a procura de Rose e Sharon, sua esposa e filha respectivamente.

UMA CIDADE BEM CONSTRUÍDA E MÚSICAS PERTURBADORAS

Visualmente o longa-metragem é impecável. A fidelidade com que a cidade foi construída é incrível e remete diretamente ao que no jogo. Também vale ressaltar a caracterização dos seres que vagam por Silent Hill, é perceptível o respeito que a equipe de produção teve em mantê-los o mais familiar possível as suas origens, enquanto os bons efeitos visuais acrescentam e definem ainda mais a identidade do filme.

Outro acerto é a trilha sonora, todas as músicas são originárias da série de jogos e compostas por Akira Yamaoka. Claro que mixagens foram necessárias para adequá-las ao longa, contudo o processo foi supervisionado pelo próprio compositor garantindo assim a qualidade de sua obra. A sonoplastia mesmo não sendo tão bem elaborada também nos direcional ao game, o que é uma coisa boa.

CONSIDERAÇÕES 

Terror em Silent Hill não acerta em tudo, mas seus acertos são válidos e honram sua matéria prima fazendo de si uma adaptação justa com algumas modificações necessárias. O roteiro e, em especial, a direção são os únicos elementos que empobrecem o filme tornando-o superficial.

AVALIAÇÃO: Bom

FICHA TÉCNICA

TÍTULO ORIGINAL: Silent Hill
GÊNERO: Terror, Aventura
ORIGEM: EUA
ANO: 2006
DIREÇÃO:  Christophe Gans
ROTEIRO: Roger Avary
ELENCO PRINCIPAL:  Radha Mitchell, Sean Bean, Laurie Holden, Deborah Kara Unger, Alice Krige e Jodelle Ferland

Confira o trailer de Terror em Silent Hill:



Por Jeferson dos Santos

0 comentários:

Postar um comentário


Comente, discuta, opine sobre o filme e a postagem de forma saudável.

Curta. Compartilhe. Divulgue. Divirta-se.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...