O termo “fanzine” vem da junção de duas palavras, “fanatic" e “magazine”, que significam “fã” e “revista”, ou seja, “revista de fã”. Esse tipo de publicação é confeccionado pelo próprio fã e/ou artista quando esses não encontram espaço em revistas comerciais, criando uma edição independente e assim disseminando melhor seus trabalhos.
Além da divulgação, o intuito desse veículo é buscar contato com outros entusiastas a respeito do mesmo assunto. O fanzine permite ao seu editor a liberdade para expressar suas idéias e pensamentos sem restrições. Por exemplo, o editor – sempre que quiser – pode dar margem a colaboradores e fazer novas amizades com outros fanzineiros e leitores.
O zine também permite que seu idealizador mude o numero de páginas e o formato da publicação e não tem a obrigatoriedade de prazos regulares entre uma edição a outra. Por sua vez, a maioria desses fatores não cabe as revistas de linha profissional, pois essas devem seguir certa periodicidade, privilegiar assuntos que estão em alta e atender o gosto da maioria, ou seja, o fanzine tem a liberdade de testes e de expressão que as revistas comerciais não têm.
Mas, em compensação, ou não, a tiragem de um zine é muito pequena, pois nem sempre o lucro é visado, diferentemente das publicações circulares. Em muitos casos há mais prejuízo do que retorno, já que o propósito do fanzine é a divulgação e não os ganhos financeiros. Contudo, isso não quer dizer que não haja outros retornos positivos. Amizades, experiências, amadurecimento de idéias e contatos que podem vir a ser e são importantes ao fanzineiro, pois são retornos – quase sempre – garantidos na confecção e distribuição de um zine.
Certamente que qualquer pessoa pode montar um fanzine sonzinho ou com amigos, basta o editor (ou os editores) ter em mente quais assuntos serão abordados em suas páginas, pois ao contrário do que muitas pessoas pensam o fanzine não é uma revista independente que trata apenas de HQs. Há fanzines sobre musica, sobre filmes, sobre poesias, sobre política e há até mesmo fanzines que divulgam outros fanzines. Ou seja, o que conta nesse ramo é a criatividade, a vontade de expor suas idéias e a certeza de que você irá, no mínimo, se divertir ao longo dessa jornada.
ONDE E QUANDO SURGIRAM?
Fanzineiros de carteirinha afirmam que o fanzine que hoje conhecemos surgiu no final da década 70 junto com o movimento punk na Inglaterra (bons tempos, hein!?). Nada mais coerente do que uma publicação independente, que preza pela liberdade de expressão tenha sido criada naquele que (no início) foi o mais independente, anárquico e anti-qualquer-coisa dos movimentos culturais do século XX. O primeiro exemplar de um fanzine que se tem noticia pode ter sido escrito ao som de Sex Pistols. Essa publicação chamava-se Sniffin´Glue e foi editada, mais ou menos, em 1976 na cena do punk rock britânico.
Entretanto, a questão é mais complexa, sendo até contraditória. Pois, ao lado dessa versão existe outra tão presumível quanto. Essa variante afirma que, os zines teriam surgido nos EUA, na década de 30 em plena grande depressão americana, logo após a crise de 1929 que foi reflexo do “Crack” da Bolsa de Valores de Nova York.
Numa época de desemprego e lei seca, escrever fanzines deveria ser uma excelente maneira de manter o estômago e a mente ocupados. De acordo com essa versão, o primeiro fanzine da época, então conhecido como fanmag (fanatic + magazine), foi publicado por Ray Palmer para o Science Correspondence Club, em maio de 1930. O fanmag chamava-se The Comet e falava de cinema e literatura de ficção científica.
Por Jeferson dos Santos
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