UMA BOA IDEIA QUE NÃO DEU CERTO
Com isso, o drama de guerra virou apenas um filme de ação sendo apenas mais um entretenimento que não exige qualquer reflexão sobre a proposta original do projeto e tudo fica pior quando percebemos as muitas pontas soltas em um roteiro evidentemente mal estruturado que finaliza o filme de forma afobada.
WE FIGHT! WE FIGHT!! WE FIGHT!!!
A trama segue os pilotos do Grupo de Caça 332 e seus aviões antiquados (para não falar sucatas) meio a treinamentos e ações não autorizadas ao longo da Itália tomada pela Alemanha nazista. O grupo anseia por uma missão oficial, pois sabem que são capazes e estão bem preparados ao contrário do que pregam seus superiores e o país pelo qual lutam.
Burocracias a parte, as tão sonhadas missões são dadas e os Red Tails podem mostrar seu valor e é ai que os problemas de produção começam. Sem saber dividir o tempo na tela entre os protagonistas, o filme não permite nenhuma relação entre o espectador e os personagens, pois nenhum se desenvolve o bastante para isso. A questão do pré-conceito está presente, mas não é aprofundada implicando diretamente no clímax da obra.
ROTEIRO SUPERFICIAL E DESCONEXO
O roteiro peca por falta de senso de conectividade. Por exemplo, o aviador Ray 'Junior' Gannon (Tristan Wilds) é capturado pelos alemães e deixado numa prisão onde ele é o único soldado negro. Em meio uma fuga, Junior deixa sua plaqueta com um soldado para que este entregue ao seu superior, Coronel A.J. Bullard (Terrence Howard), caso ele não consiga fugir. A plaqueta é entregue, mas ao final do filme Junior reaparece como se nada tivesse acontecido.
O fato é que o longa-metragem dá saltos desconexos e prejudica até mesmo o forte elenco que o compõe. Esse é o caso de Cuba Gooding Jr que interpreta o Major Stance que pouca diferença faz mesmo sendo o ótimo ator que é. E nem mesmo a forte amizade de Joe 'Lightning' Little (David Oyelowo) e Marty 'Easy' Julian (Nate Parker) geram alguma carga emocional durante o filme.
AÇÃO PELA AÇÃO
Os combates aéreos são muito bem feitos com ótimos efeitos especiais que estão alinhados com uma sonoplastia igualmente competente, entretanto toda essa alegoria não empolga tanto quando Pearl Harbor (2001) de Michael Bay, pois fica evidente que a ação de Red Tails está acima da causa, deixando claro que o conflito entre os aviões foi a parte que se tornou prioridade durante a de produção.
CONSIDERAÇÕES
A proposta original de George Lucas para Red Tails era algo épico e pode-se perceber isso nas intenções do longa, que infelizmente tornou-se vítima do mercado que ele mesmo alimentaria. Sob a direção de Anthony Hemingway com base no roteiro de John Ridley, a história dos Tuskegee merecia ser mais bem representada nos cinemas. Quem sabe na próxima, Red Tails.
AVALIAÇÃO: Regular
FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL: Red Tails
GÊNERO: Ação, Guerra
ORIGEM: EUA
ANO: 2012
DIREÇÃO: Anthony Hemingway
ROTEIRO: John Ridley
ELENCO PRINCIPAL: Terrence Howard, Cuba Gooding Jr., Nate Parker, David Oyelowo e Tristan Wilds
Confiram o trailer de Red Tails:
Por Jeferson dos Santos
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