REVIEW | ASSASSIN'S CREED: BLOODLINES

Iniciada em 2007, Assassin's Creed é umas das franquias mais poderosas criadas nessa atual geração de consoles. O primeiro game aborda a aventura de Altair no durante as Cruzadas no Oriente Médio e foi bem aceito mesmo com seus problemas técnicos. Contudo, seu potencial era tão notável quanto tangível e a Ubisoft Montreal estava consciente disso e teve competência para reverter erros em acertos, expandindo o conceito do game – ação, aventura e stealth – dentro de um universo rico que mescla ficção e eventos reais da história da humanidade de forma equilibrada e quase didática.

ANTES DA AVENTURA ORIGINAL

Antes de ter uma continuação direta, em 2008,  o primeiro AC teve uma prequela lançada para Nintendo DS e iPhone. Assassin's Creed: Altaïr's Chronicles foi desenvolvido pela Gameloft e naturalmente distribuído pela Ubisoft. Trata-se de uma aventura na perspectiva Altair, antecedendo os eventos do primeiro jogo. Já em novembro de 2009, tendo Ézio como assassino na Itália Renascentista, ACII chega ao PlayStation 3 e Xbox 360 acompanhado de Assassin's Creed: Bloodlines para PSP.

FAZENDO A PONTE...

Bloodlines é o elo que liga AC à ACII e começa exatamente de onde o primeiro jogo parou. Após sair da Terra Santa, Altair vai para Chipre, uma ilha situada no Mar Mediterrâneo Oriental ao sul da Turquia, seguindo os Templários remanescentes que lá se refugiaram e planejam o seu retorno. De Jerusalém a Chipre, cabe ao assassino identificar cada um de seus alvos, descobrir seus planos e executá-los.

De forma funcional, AC: Bloodlines é uma excelente continuação que toma para si o estilo do jogo original, respeitando as limitações técnicas do PSP, tanto na mecânica quanto na parte estética. E para quem acompanha a série desde o primeiro game, a familiarização será inevitável e mais relevante, pois em Bloodlines é evidenciado a conexão entre Altair, Desmond e Ézio.



AVENTURA SEM DESMOND

Diferente dos outros games da série, Desmond não faz parte desta aventura, fazendo com que a jogabilidade de ação seja contínua. Essa, por sua vez, mantém o estilo já conhecido da franquia: ação furtiva, sobrevivência, combates baseados na observação dos movimentos de adversários e as clássicas execuções seguidas de novos movimentos muito bem animados.

BOA AÇÃO E POUCA EFICIÊNCIA NOS COMBATES

Logo de cara, Altair já tem à disposição espada longa, adaga, facas de arremesso e a lâmina retrátil, todas apoiadas a uma jogabilidade deveras simples e que atende a demanda devido a sua acessibilidade. Mas, o que não contribuiu para experiência é a Inteligência Artificial dos oponentes que muitas vezes parecem estar à margem da ação e a câmera que se posiciona nos lugares mais inconvenientes – principalmente durante as lutas.


Se por um lado a ação cabe na palma da mão, por outro os combates são por vezes entediantes, pois são repetitivos e maçantes não apresentando grandes desafios. O inverso se aplica aos chefes que exigem mais atenção e habilidade, garantindo assim a diversão de Bloodlines.

BELOS GRÁFICOS E ÁUDIO COMPETENTE

Visualmente, o jogo aproveita bem o potencial gráfico do console. Em Assassin's Creed – Bloodlines, tudo é bem detalhado e suave, os ambientes são amplos e convidam à exploração, permitindo ao jogador caminhar livremente pelo cenário para escolher suas missões. Claro que a quantidade de pessoas circulando pelo cenário é bem menor que a dos consoles de mesa, mas ainda há muita naturalidade na ambientação.

O trabalho de áudio está entre os pontos altos do game. Dublagens e narrações foram tratadas com esmero, tudo é muito convincente e bem articulado. A sonoplastia dos ambientes e dos combates também é de alto nível e cuida devidamente da imersão durante a jogatina. Entretanto, a trilha sonora, apesar de ser bem executada, é repetitiva e nem sempre condiz com a situação vivenciada durante o jogo.


BLOODLINES PRECISA SER JOGADO

Hoje, Assassin's Creed é uma marca recorrente na indústria do entretenimento, e a compreensão de seu vasto universo exige investimento e dedicação, pois a franquia abrange games multiplataforma, livros, HQs, séries on-line, animações e, logo mais, filmes. Assassin's Creed – Bloodlines é um ladrilho de suma importância desse enorme mosaico, dando compreensão ao conjunto da obra e um dos melhores títulos lançados para o PSP.

Por Jeferson dos Santos

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