REVIEW | 360

Traição é um assunto recorrente no dia-a-dia das pessoas em um mundo globalizado, seja por elas permitirem ou omitirem a problemática. De qualquer forma, a traição corteja o relacionamento por meio da decisão, pois essa é sua natureza. Sendo assim, trair sempre foi fácil, contudo sua contraparte, as conseqüências, sempre se mostrou um fardo para aqueles que sedem. 360 aborda essas temáticas, escolha e traição, somando a elas um terceiro, e bem vindo, elemento: a conexão.

ESCOLHA + TRAIÇÃO + CONEXÃO = 360

Roteirizado por Peter Morgan e dirigido por Fernando Meirelles, 360 não evidencia soluções ou carrega julgamentos, mas deixa claro que tudo é uma questão de escolha e isso fica claro logo no inicio do longa, onde uma das personagens diz que ao chegar em uma bifurcação é preciso decidir por qual caminho seguir.


O filme é todo construído por histórias menores conectadas pelo acaso, onde os personagens centrais dessas pequenas tramas têm motivações distintas para violar "o acordo de exclusividade" de seus respectivos relacionamentos  ou para se relacionar com alguém que já é compromissado. Independente do lado, todos de alguma forma sofrem de subversão moral ou psicológica.

UM PROBLEMA DE TODOS

Individualmente as tramas não são complexas, entretanto suas conexões formam um arco, melhor dizendo, um anel bem estruturado que revela o titulo do filme. Mas, deixando as "coincidências" de lado – que não são auto-justificáveis –, a obra de Meirelles se destaca pelo forte elenco, onde Jude Law interpreta um executivo que em suas viagens comerciais contrata serviços de prostitutas, enquanto sua esposa, vivida por Rachel Weisz, o trai com um fotografo brasileiro que sustenta um relacionamento oficial com outra garota, também brasileira.


Maria Flor faz o papel da garota traída que durante o seu retorno ao Brasil contracena com os personagens de Anthony Hopkins e Ben Foster, sendo esse o arco mais interessante de 360 graças a Foster, que vive um rapaz recém liberto depois cumprir pena por estupro. O circulo se fecha com o ato de Vladimir Vdovichenkov, que vive um guarda costa russo que trabalha para um mafioso que o trata da pior maneira possível enquanto sua esposa não satisfeita com o casamento flerta com um colega de trabalho que está em um impasse moral e religioso.

Mesmo se passando em diversos países, o filme usa em excesso o acaso para causar a ilusão de conectividade, ligando Viena, Paris Londres, Bratislava, Rio de Janeiro, Denver e Phoenix em uma narrativa deveras simples, mas convincente, onde cada personagem tem sua história relatada com suas dores e suas reflexões subjetivas sobre amor e sexo.


CONSIDERAÇÕES

Adaptação direta da peça A Ronda, 360 de Fernando Meirelles é um bom filme de romance, pois não trata só do amor e de sua luta diária, mas sim de decisões que geram ou rompem conexões levando a traição ou a reconciliação. Sem muitas reviravoltas no roteiro, o longa até que é bem atrativo, mas peca no excesso de coincidências, fazendo com que a naturalidade das situações pareçam forjadas gerando uma sensação de que se fosse combinado não teria dado tão certo.

AVALIAÇÃO: Bom

FICHA TÉCNICA

TÍTULO ORIGINAL: 360
GÊNERO: Drama, Romance
ORIGEM: Reino Unido, Áustria, França e Brasil
ANO: 2011
DIREÇÃO: Fernando Meirelles
ROTEIRO: Peter Morgan
ELENCO PRINCIPAL: Anthony Hopkins, Jude Law, Rachel Weisz, Ben Foster, Vladimir Vdovichenkov, Maria Flor, Lucia Siposová, Gabriela Marcinkova, Johannes Krisc, Dinara Drukarova, Jamel Debbouze e Juliano Cazarré

Confira o trailer de 360:



Por Jeferson dos Santos

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