Iniciada em 1996 no PSOne, Resident Evil hoje é uma franquia multimídia de repercussão mundial. Nos videogames, RE nunca foi precursora do gênero survival horror, pois tal prerrogativa pertence a Alone in the Dark, contudo o carro chefe da Capcom tornou-se referência no estilo logo nos seus primeiro passos. De lá para cá, muitos projetos com a marca Resident Evil chegaram ao mercado: livros, filmes, HQs, hot toys e animações. Mas, tratando-se de sua principal plataforma, os videogames, RE carrega mistérios e curiosidades que assolam o imaginário dos fãs. Tratam-se das versões nunca lançadas.
RESIDENT EVIL E UMA QUASE SEQUÊNCIA
Lançado em 1996, Resident Evil é considerar por muitos um dos melhores jogos do PSOne, pois Capcom foi um sucesso que garantiu vários momentos de susto e tensão, abrindo horizontes para que muitos outros títulos baseados no gênero chegassem aos consoles nos anos seguintes, refinando a experiência e conferindo ainda menos noites dormidas.
consolidou um gênero até então pouco disseminando, o terror de sobrevivência Com jogabilidade evasiva, história intrigante e personagens marcantes, o game da
Naturalmente, para não dizer convenientemente, Resident Evil merecia uma continuação e a Capcom na época percebeu o potencial do produto que havia lançado. Tão logo, a produtora japonesa colocou a mão na massa para dar continuidade a criação de Shinji Mikami. Resident Evil 1.5 (ou Resident Evil 2 - Prototype) chegou a quase 80% de seu desenvolvimento e estava planejado para ser lançado em março de 1997 para PlayStation e no ano seguinte para Sega Saturn, mas foi descartado faltando alguns poucos meses para seu lançamento.
RESIDENT EVIL 1.5
A proposta narrativa de RE1.5 não era muito diferente da versão oficial que desembarcou no mercado em 1998. Entretanto, o maior diferencial entre as versões são os personagens. Alguns foram totalmente substituídos por novos enquanto outros tiveram funções remanejadas durante a trama, mantendo apenas a figura de Leon S. Kennedy preservada em sua totalidade.
Claire Redfield, jamais existiu em Resident 1.5, sua equivalente era Elza Walker, uma jovem apaixonada por motos – sem relação alguma com Chris Redfield – que estava na maldita cidade a procura de outros fanáticos por velocidade a fim de montar uma equipe de corrida. Ao chegar a Raccoon City, Elza percebe a infestação de mortos-vivos que tomou a cidade e tão logo quanto possível ela foge para delegacia de polícia buscando abrigo.
Linda, uma cientista da Umbrella Corporation antes da companhia ser embargada, não era o interesse romântico de Leon, assim como sua versão final, Ada Wong, mas matinha as características da bela personagem oriental, assim como aparecer do nada e do nada desaparecer. Infelizmente, ela é um dos muitos personagens que não sobreviveram a transição de Resident Evil 1.5 para Resident Evil 2.
Concept art dos personagens |
Concept art dos inimigos |
Sendo assim, a produtora reformulou a equipe de desenvolvimento e começou o game novamente do zero, desde concept art as mecânicas de jogo. Claro que muito do material original foi reaproveitado, mas conceitualmente era um novo game que estava por vir e que se consolidaria como um grande clássico na história dos videogames.
Vídeo de jogabilidade com Leon:
Vídeo de jogabilidade com Elza:
RESIDENT EVIL 4
Lançado em janeiro de 2005 para a geração passada de consoles, Resident 4 foi um divisor de águas, pois abria mão do gênero survival horror para admitir uma jogabilidade de ação, além de seus quebra-cabeças passarem a ser de soluções simples não exigindo muito raciocínio do jogador. Na época houve muita polêmica, já que os fãs mais "xiitas" da série torceram o nariz para tais mudanças enquanto esse novo estilo chamava a atenção de novos seguidores para a franquia mais rentável da empresa.
Assim como Resident Evil 2 teve sua versão beta descartada, Resident Evil 4 também teve seus protótipos escondidos e fora de alcance do público. No entanto, os experimentos de RE4 renderam bons frutos, mesmo com a mídia especializada, na época, desdenhando do projeto em seus previews, alegando que a série já estava impregnada com mais do mesmo e que Resident 4 não seria nada mais que um “Ctrl C + Ctrl V” bem vestido do CODE: Veronica, lançado dois anos antes.
RESIDENT EVIL 3.5 E DERIVADOS
O projeto Resident Evil 4 rendeu quatro versões que foram rejeitadas até a versão final chegar as lojas em 2005. Durante a concepção do jogo, a equipe de desenvolvimento já tinha em mente fazer um game focado nas estratégias de batalha, mas isso acabou se distanciando por demais das raízes de RE. Mas a ideia não era ruim, só não era Resident Evil, por isso a Capcom usou esse novo conceito e o aplicou em um novo game. Devil May Cry foi lançado em 2001.
De volta à mesa de projetos, o início do desenvolvimento da segunda versão de Resident Evil 4 se deu com o anúncio de exclusividade da série Resident Evil ao GameCube, para a frustração dos proprietários do PlayStation 2. O contrato entre a Capcom e a Nintendo assegurava que seis jogos da franquia seriam exclusivos da Nintendo a partir de 2001: os já lançados Resident Evil 2, 3 e CODE: Veronica, um remake de RE1, o prólogo RE0 e o até então inédito RE4.
No décimo primeiro mês de 2002, o mundo conferiu o primeiro trailer de Resident Evil 4, onde Leon invadia base da Umbrella em busca da cura para um vírus que tomou conta de seu corpo. Informações da trama eram escassas, a Capcom afirmava que a origem do vírus Progenitor seria revelada e levaria o protagonista ao centro da corporação farmacêutica. Essa versão também foi abortada, devido às muitas semelhanças com Resident Evil CODE: Veronica.
Apesar de o projeto ter sido abandonado, a ideia da infecção de Leon não foi descartada, apenas alterada. O agente passaria a ter alucinações causadas pelo vírus e nesses devaneios objetos estáticos ganhariam vida para atacar o personagem, ou seja, tudo seria uma ameaça e para reforçar a tensão da partida, por vezes, uma névoa em forma humana carregando um gancho perseguiria Leon em determinados momentos da partida e quando a tal fumaça viesse a se materializar poderia ser derrotada a custo de muita munição.
Sobre essa versão, dois vídeos de jogabilidade foram divulgados em 2003. Porém, mais uma vez o jogo foi descartado e desta vez por tratar do sobrenatural e uma vez mais se afastar da origem da série. Muito desta variante já estava pronto, o que permitiu a Capcom a usar toda a estrutura deste RE3.5 para conceber Haunting Ground, que chegou ao mercado em abril de 2005.
Ainda em 2003, Shinji Mikami apresentou à Capcom um novo roteiro onde Leon estava em missão na Espanha, num isolado vilarejo contaminado pelo T-Virus e sem nem mesmo esperar por uma versão jogável a empresa excluiu a ideia de zumbis por temer novamente a mesmice, fora isso todo o restante foi prontamente aprovado, incluindo a trama. O resultado de todos esses anos de produção chegou às lojas em janeiro de 2005.
Vídeo de jogabilidade de Resident Evil 3.5 (4):
OUTROS RESIDENTS EXCLUÍDOS...
Resident Evil 1.5 e Resident Evil 3.5 são as versões betas mais famosas da série de videogames da Capcom na internet, contudo há versões de outros Residents que também foram descartados, cada um por um motivo específico:
- Resident Evil Dash (Sega Saturn)
- Resident Evil 0 (Nintendo 64)
- Resident Evil (Game Boy Color)
- Resident Evil 2 (Game.com)
- Resident Evil 5 (PlayStation 3 e XBox 360)
SEMPRE HAVERÁ BETAS
Versões de teste são produzidas a todo instante, pois é preciso verificar novas mecânicas de jogabilidade, tecnologias gráficas e sonoras e funcionalidades lógicas na área de programação ou até mesmo exibir tais recursos a investidores ou a mídia especializada para arrecadar apoio com o intuito de promover a conclusão de um projeto, e nada mais. Por isso, é improvável que esses protótipos venham público, entretanto o mais perto que chegamos desses betas são as versões demo que as produtoras disponibilizam em suas redes. Mas entre nós, seria muito legal poder apreciar todas essas variantes inacabadas de Resident Evil e perceber o universo alternativo e expandido dessa franquia tão querida há gerações.
Por Jeferson dos Santos
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