Às vezes, meio a tantas produções que são lançadas no mercado de animês, nos deparamos com obras singulares que nos adentra num universo peculiar e nos mantém imersos, pensando sobre tudo o que o preenche sem nos desprender da narrativa e de seus personagens. Assim é Afro Samurai, animê de apenas cinco episódios baseado no mangá de mesmo nome criado por Takashi Okazaki.
O CAMINHO DA PRODUÇÃO
Afro Samurai não é uma série das mais recentes. O animê data de janeiro de 2007 enquanto sua fonte foi publicada originalmente em setembro de 1999. Sob a direção de Fuminori Kizaki e produzida pela Gonzo. A série animada foi transmitida nos EUA, Japão, Canadá, Austrália e Reino Unido, sendo que em terras tupiniquins A.S. foi televisionada pela MTV Brasil.
Pode-se dizer que este está entre as grandes produções da categoria, pois conta com a participação de Samuel L. Jackson dublando o protagonista, Afro, e de seu parceiro, Ninja Ninja, além de ser um dos co-produtores. Ron Perlman e Kelly Hu também integram a equipe de dublagem fazendo vozes de outros personagens.
TECNICAMENTE IMPECÁVEL DE SE VER E OUVIR
A trilha sonora, puramente composta por hip-hop de alta qualidade numa “pegada” mais clássica, foi desenvolvida pelo rapper RZA em parceria com um dos integrantes do grupo Wu-Tang Clan. O resultado convence, é inusitado e surpreende pela forma que orna com as situações apresentadas ao longo da minissérie. A soundtrack da animação foi lançada em CD pela Koch Records.
Outra característica que evidencia a qualidade da produção é a animação. Essa é fluente e límpida, o desenho é bem estilizado, traz cores fortes sem agredir o clima proposto – como se fosse um grafite em movimento. O traço de Okazaki foi bem transposto e devidamente adaptado em personagens bem caracterizados e em cenários ricos em detalhes muito bem contextualizados.
Em seus muitos frames por segundo, Afro Samurai esbanja propriedade e naturalidade poucas vezes vistas. As cenas de ação são muito bem coreografadas e desenhadas, com anglos de câmera que favorecem o combate de forma dramática em seus muitos clichês, isso sem perder dinâmica graças as suas perspectivas ousadas.
Já na parte conceitual, quem acompanha o trabalho do cineasta americano Quentin Tarantino vai se familiarizar com a obra de Fuminori Kizaki. Narrativa, violência e alguns dilemas westerns são pontos quase equivalentes, em especial se for feito um paralelo entre Kill Bill e Afro Samurai.
O CAMINHO DO SAMURAI NEGRO
Em um futuro pós-apocalíptico vestido com elementos do Japão feudal há duas bandanas: uma determina quem é o melhor lutador e dono do mundo, a outra determina quem é o segundo melhor. Aquele que possui bandana de Número Um só pode ser desafiado e morto por aquele que carrega a bandana de Número Dois, este só pode ser desafiado pelo Número Três e assim por diante até o Número Sete, que carrega a sina de ser desafiado por todos os outros guerreiros. Essa era a ordem vigente nesse universo, mas foi mudada quando o atual Número Um tomou posse de todas as faixas exceto a de Número Dois, que pertence a Afro.
Afro é um samurai muito habilidoso que quando criança viu seu pai, o antigo Número Um, ser assassinado pelo pistoleiro Justice que assumiu o posto de o melhor do mundo. Agora, adulto, Afro viaja o mundo em busca de vingança e eliminando qualquer um que seja um contratempo em sua meta de matar o Número Um. Entretanto, essa não será uma tarefa fácil, pois todos têm o direito de desafiá-lo e tornar-se o Número Dois.
CONSIDERAÇÕES
Estima-se que cada episódio de Afro Samurai foi orçado em um milhão de dólares e isso fica evidente na qualidade cinematográfica da produção. A.S. é um animê que exalta referências da cultura japonesa milenar e afro-americana contemporânea numa mescla inusitada e bem-vinda a qualquer um que procura algo diferente. O protagonista de início é pouco carismático e tem como contrapeso seu parceiro Ninja Ninja, contudo o enredo prende a atenção logo nos primeiros minutos. Recomendadíssimo!
Confira o trailer de Afro Samurai:
Por Jeferson dos Santos
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